Villa romana implantada numa das encostas do vale de um pequeno afluente da ribeira da Lage, numa área de recursos hídricos abundantes e potencial de exploração agrícola.
O local terá sido ocupado desde o neolítico-calcolítico (facto evidenciado pela presença de materiais como cerâmica com decoração campaniforme) até à época moderna, estando o período romano particularmente bem caracterizado.
Os trabalhos arqueológicos identificaram a
pars urbana de uma
villa de
peristilo, na qual se conservam alguns compartimentos pavimentados com mosaico multicolorido. à
pars urbana encontravam-se associadas as
termas do proprietário, com três zonas para banhos de temperaturas distintas (
frigidarium,
tepidarium e
caldarium). Um outro edifício com idênticas funções, mas maior, foi encontrado na zona sul da
villa. Projetado como segundo complexo termal, nunca foi terminado, tendo posteriormente sido reconvertido em tinturaria/lavandaria.
Por seu lado, o espaço ligado à produção agrícola (
pars fructuaria) é caracterizado por duas grandes estruturas: o celeiro, situado a norte das segundas
termas, e o lagar (possivelmente de azeite), a nascente da casa senhorial. Identificaram-se também construções da
pars rustica, possivelmente destinadas à habitação dos trabalhadores da
villa.
Na margem oposta da ribeira, a sudeste, foi identificada a área de
necrópole com sepulturas de incineração, correspondentes à primeira fase de ocupação romana do local, e de
inumação, em época tardia. Verificou-se ainda a existência de enterramentos de jovens ou crianças, na área edificada da
villa, nomeadamente na área do lagar norte, após o abandono da sua utilização.