Um
criptopórtico (estrutura abobadada de pedra) que, atendendo aos vestígios encontrados no local, às características arquitetónicas e às técnicas e materiais utilizados, terá servido de suporte a
termas. Foram descobertos elementos arquitetónicos, estuques trabalhados e pintados, travessas de madeira e de vidraça, telhas e tijoleiras cerâmicas, além de cerâmica fina, comum e de
ânforas, pertencentes à época Romana Alto-Imperial e à Antiguidade Tardia. A investigação arqueológica concluiu que as águas se infiltraram nas galerias subterrâneas pouco depois da sua construção no século I d.C., através de uma fissura que ainda hoje é visível.
A estrutura foi descoberta, inundada de água, durante a reconstrução pombalina que se seguiu ao Terramoto de 1755. Durante os séculos XVIII e XIX, foram efetuados alguns levantamentos e descrições, que conduziram a diferentes interpretações históricas, mas só no final do século XX avançaram as intervenções arqueológicas, sobretudo com o lançamento do Projeto de Estudo e Valorização do
Criptopórtico Romano de Lisboa (um programa de investigação plurianual em arqueologia, de iniciativa municipal).