Em 1944, onde se estava então a construir a Avenida Marechal Gomes da Costa, descobriu-se uma
necrópole romana, na área onde passava a azinhaga que ligava os Olivais ao Poço de Cortes. Mas, quando o olisipógrafo Augusto Vieira da Silva chegou ao local, já só restavam duas estruturas, e ambas já violadas: uma cripta escavada nas argilas azuis de Xabregas e uma sepultura de
inumação.
A cripta, circular, tinha 9,60 metros de diâmetro por 1,40 a 1,80 metros de altura. A base, as paredes e os pilares de sustentação do teto haviam sido construídos em
opus caementicium e forrados com
opus signinum. O pavimento, com 12 centímetros de espessura, apresentava ao centro um pequeno poço oval, com meio metro de profundidade, para recolha de águas. A cripta estava coberta com grandes lajes de calcário e tinha uma abertura de acesso, centrada, com cerca de 80 centímetros de diâmetro. No interior, o investigador encontrou quatro inscrições e uma urna de
cremação em lioz.
A sepultura de
inumação, construída em
opus incertum e com base e cobertura em
lateres, foi descoberta perto da cripta, já sem qualquer espólio no interior. Parte deste conjunto ficou preservada, no local, sob a nova avenida. A sepultura de
inumação foi desmontada, transportada e remontada no jardim do Palácio das Galveias, para onde foi levado e depositado o restante espólio epigráfico, atualmente no Museu de Lisboa.