Estela funerária de
Marcus Iulius Piso, filho de
Marcus. Embora com uma tipologia muito comum (estela de topo redondo), este monumento destaca-se por possuir, escavada antes do epitáfio, uma
edícula ainda com vestígios da molduração e tímpano, destinada a receber uma placa metálica eventualmente com a representação do defunto (como parecem indicar os dois pequenos orifícios dos cantos superiores ainda com os vestígios de chumbo). O texto do epitáfio, que segue os modelos habituais no século I d.C., apresenta também uma singularidade: do defunto, uma criança que faleceu aos 3 anos, muito antes de atingir a maioridade, gravou-se que estava inscrito na tribo
Galeria (aquela em que estão inscritos os cidadãos de
Felicitas Iulia Olisipo). Se não houve erro de gravação do numeral que representa os anos com que o defunto foi sepultado, então é provável que o pequeno
Marcus Iulius Piso seja filho de
libertos e o primeiro dos seus parentes a nascer na condição livre e portanto a ter o direito de usufruir da cidadania romana plena assim que atingisse a maioridade, facto que se quis perpetuar no epitáfio.